São Caetano enfrenta uma crise, mas desconhece uma derrota

Publicado por: Redação
06/06/2019 11:42 AM
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São Caetano adota TV local para impulsionar negócios e sair da crise

 

Demissões em São Caetano

Com vendas reduzidas e economia em baixa, há registro de muitas demissões em São Caetano. Contudo os fabricantes não se entregam. Enxugam seus custos, dão uma pausa, mas sem fechar portas. 

 

Vivenciamos todo tipo de crises, da instabilidade e corrupção política, desemprego de 14 milhões de pessoas, economia duvidosa que assombra qualquer ideia de negócios. A bem da verdade, também é certo que a região têxtil de São Caetano nada fez durante períodos de bonança. Na internet nunca se ouviu falar de São Caetano, enquanto produtor de moda infantil. Apenas poucas marcas ousam aparecer. Nem uma ação ou campanha nacionalmente foi realizada. Logo, vale a máxima, quem não é visto não pode ser lembrado. 

 

Mais de 90% dos confeccionistas de São Caetano, no agreste de Pernambuco são informais, endereços desconhecidos e sem habilidade (ou nenhuma) em difundir seus produtos, apresentar e expor-se para o mercado nacional. Não se fala em uma presença online, loja, feira, cooperativa, associação ou algum tipo de entidade que os represente. Apesar disso, abastecem boa parte do nordeste e sul do país com roupinhas para bebê. Alguns já exportam.

 

Os grandes centros de compras e feiras da região, shoppings e feiras sempre tem em seus balcões, bancas e prateleiras, estoques repletos de opções de vestuário para crianças de 0 a 6 meses, criadas e produzidas por famílias ou pequenos confeccionistas de São Caetano, distante 20 km de Caruaru.

 

Bebês: "Se nascem, precisam de roupas, se crescem precisam troca-las".

 

TVShopshow.com, com 30 anos de mercado de varejo de moda na TV aberta e online, com mais de 2 milhões de visualizações apenas no Youtube, reconhece a crise, mas não aceita a afirmação de que crianças pararam de nascer ou crescer. "Se nascem, precisam de roupas, se crescem, precisam de mais roupas. Só precisamos dizer que o temos a oferecer e onde estamos". Afirma Mike Nelson. Com base nessa retórica, resolveu apresentar uma sugestão concreta, o caminho da internet. Disponibilizou  um player de vídeo local incorporado  24 horas no ar via CDN: TV SÃO CAETANO. Uma opção de Marketing de Vídeo. A ideia surgiu depois de uma conversa com alguns fabricantes locais ( Nildo e Camila). Um espaço online para valorização das marcas com objetivos bem definidos: promover e vender negócios da região.

 

Por telefone, inicialmente foram convidadas para uma avaliação cinco empresas, dessas, três marcas de peso prontamente aderiram a ideia e juntas gravaram, em um só dia, mais de 40 vídeos promocionais de seus produtos. Os vídeos foram enviados para mais de 50 Mil pessoas alvo (revendedores e atacadistas) através dos CDNs da rede.

 

Os vídeos estão disponíveis nas principais redes sociais (Youtube e Facebook), na plataforma da TV SHOPSHOW  e em dezenas de Players e emissoras afiliadas espalhadas pelo Brasil, além de teasers de 10", chamadas pagas impulsionadas nas principais plataformas sociais (Google ADS, Youtube, ADS Facebook, Facebook etc.) alcançando com essa ação, de Marketing de Vídeo Digital, significativas visualizações, e algumas, transformadas em negócios.

 

Os negócios aparecem quando se tem na outra ponta, um bom atendimento ao cliente óbvio. De nada resolve colocar cliente nas mãos de quem não sabe atender e vender. Recentemente a TV excluiu de suas plataformas  mais de 600 vídeos de feirantes de Caruaru, Santa Cruz e Toritama, por mau atendimento. 

 

Na busca do topo com Rodadas Virtuais de Negócios.

 

Segundo Mike Nelson, baseado em suas experiências: "Para sucesso absoluto, serão necessários até o fim do ano uns 800 vídeos curtos (de 20 a 30 segundos), para a região aparecer e manter-se no topo dos principais sites de buscas. Além disso, produzir conteúdo jornalísticos como artigos, notas diárias ou semanais sobre lançamentos, inovações e participação em Rodadas Virtuais de Negócios, (Programa da TV Shopshow, com apresentação em inglês e espanhol, das coleções, catálogos para lojistas, distribuidores e atacadistas etc.). Um esforço necessário para uma rápida indexação e ranqueamento na Internet. Mercado se conquista com profissionalismo, disciplina, organização, forte presença, atendimento e boa reputação online. Uma operação de guerra de SEO", afirma Nelson, um dos CEOs da rede de TV Online, com pontos de presença online regionais em todo o Brasil, países vizinhos além da África Lusófona (Portugal, Luanda, Cabo Verde e Moçambique).

 

Cada um para si Deus também, não ajuda em nada.

 

Nossa reportagem observou que  os confeccionistas de roupas de São Caetano, são todos muito desconfiados.  Dizem as más línguas que apesar de todos serem "amigos", conhecidos ou parentes uns dos outros, em negócios a regra é outra: é cada um para si Deus também. "Aqui é um comendo o outro, se apresento uma peça por 4,00, alguém contra-ataca e apresenta por 3,90. Não copio modelos de ninguém, sempre busco inspiração na internet e faço minhas alterações. Mas aqui na maioria, copiar é uma regra". Disse Junior da JM Confecções que produz em média 2 mil peças semanais.

 

Os caetanenses apesar de geradores de emprego e renda, não tem qualquer tipo de apoio ou subsídios dos gestores públicos. Sem suporte técnico, o fabricante não tem orientação e com raras exceções, sequer uma marca registrada, e-mail ou site.

 

"Criamos cobra para uma picada mais tarde". 

 

E nessa zona de conforto, do viver na moita e no quase anonimato, é possível contabilizar um número expressivo que ultrapassa os 200 confeccionistas. Cada ex-empregado demitido, torna-se um futuro "novo fabricante”. "Criamos cobra para uma picada mais tarde". Afirma Marlla Rodrigues, da "Buá Baby", uma fabricante da região. É assim que se dá essa multiplicação. Podemos afirmar com segurança que a cada 10 casas na cidade, ao menos 9 está envolvida direta ou indiretamente com a confecção de moda bebê. Muitos trabalham com apenas o cpf em suas etiquetas e vivem da venda em feiras da região. Criam suas "grifes" sem uma pesquisa ou busca prévia e muitos acabam tendo problemas judiciais.  De fato, basta pegar uma dessas "marcas" e uma rápida pesquisa, constata-se que muitos desses nomes em uso pertencem a outras pessoas, empresas de outros estados e já registradas.Óbvio, não se trata de má-fé, mas ausência de uma orientação especializada. Mas o mercado atual é exigente.


Segundo a Euromonitor - empresa especializada em pesquisa de mercado global, destacou que mesmo com a crise política e econômica no Brasil, o segmento de moda infantil manteve o fôlego, crescendo uma média de 8% ao ano.

 

O Mercado infantil sempre foi de oportunidades

 

Por ser um dos países com o maior número de crianças no mundo, o mercado brasileiro demonstra ser um cenário positivo para estilistas, faccionistas e fabricantes de acessórios que querem ter a sua primeira marca escolhendo o ramo infantil. Segundo IEMI - empresa de pesquisa de mercado, em 2017 a produção de vestuário infantil e bebê cresceu cerca de 3,1% e em relação a receita foram 6,2%.

 

Fiz da minha casa a minha loja. 

 

Dilma Leal, empreendedora no segmento, iniciou seu trabalho no ramo têxtil, primeiro com uma loja física no Polo Caruaru em 2008, mas logo percebeu que na internet havia mais oportunidades na área da moda infantil. Veja alguns dos diferenciais que a fizeram escolher esse mercado: Baixa frequência de troca de coleções; sem necessidade de seguir tendências (salvo algumas exceções); Coleções de inverno e verão (duas apenas). 

 

"Moda bebê é quase descartável porque os filhotes crescem muito rápido. Trabalho online com meus vídeos e uma página no FaceBook com fotos e catálogos. Desenvolvo muitas das minhas peças e completo com as de terceiros. Fiz da minha casa a minha loja. Tenho uma marca registrada, atendo via WhatsApp dezenas de pessoas de todas as regiões do pais e exterior todos os dias. Pontuou a empresária.

 

Como dica, fique atento aos mercados que vão gerar oportunidades para você, muitas das vezes se insiste em algo que caberá investimento e muita disposição incial. Os números não mentem e comprovam como o mercado infantil cresce e tende a conquistar mais novos estilistas e faccionistas.

 

Por Robson Santos (Gestão da Tecnologia da Informação)

 

Referências:

O sucesso dos looks “mini me”

Segmento de vestuário infantil é mercado crescente no País

Oportunidade para o mercado infantil

Mercado infantil exige diferencial e foco

Mercado infantil em crescimento

Terra Roxa levou a sério e profissionalizou-se

 

 

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