Moda e crises históricas: o que elas têm a ver?

Publicado por: Redação
25/10/2021 10:46 AM
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Godisable Jacob/Pexels
Godisable Jacob/Pexels

Mirella Braga, docente do curso de Design de Moda do Unipê, traça um panorama de como a moda refletiu períodos críticos da humanidade

 

A moda também significa a sociedade e perpassa vários âmbitos do cotidiano, da forma de se vestir até a mobília da casa. As roupas são como uma linguagem verbal que define o posicionamento e comportamento em sociedade. Assim, na história de guerras e pandemias, como a Gripe Espanhola – ou mesmo após Covid-19 em um futuro próximo –, é possível ver que seus impactos mudam as pessoas e seus hábitos diários.

 

A expressão de ideias e emoções atuais afeta o sentido da moda e sua indústria com novos significados. Por isso, ao seguir a dinâmica cultural das pessoas, ela define tons, tendências, formas e outros códigos a serem usados após eventos que mudam a configuração social, explica a Profa. Ma. Mirella Braga, de Design de Moda do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).

 

“A moda é um dispositivo social, global, dinâmico, que altera códigos e produz trocas intensas entre os sujeitos. Além disso, ela personaliza, individualiza, reinventa, constrói. Mas como fenômeno sociocultural é que ela expressa hábitos, usos, costumes da sociedade, intensificando consumos, produzindo linguagens e alterando os comportamentos sociais”, destaca Mirella.

 

Após a I Guerra Mundial, as mulheres ocuparam mais espaços, como no trabalho em fábricas, fora do âmbito doméstico, e na política formal, com a luta emancipatória pelo direito ao voto. A moda incorporou esse movimento e transmitiu valores de lutas feministas na cultura das ruas nas roupas, dando agilidade e praticidade às mulheres. “Há o abandono definitivo dos espartilhos e há um encurtamento ainda maior das roupas, as saias chegam até as canelas, deixando as pernas à mostra para melhor locomoção feminina”, exemplifica.

 

Nos anos 1940, com o início da II Guerra Mundial, ela é alterada para fabricar roupas com tecidos alternativos e cortes em estilo militar, e houve uma preocupação com os looks femininos: cintura extremamente marcada, saias godês imensas, rodadas, e ombro arredondado. Depois, a indústria de produtos de beleza volta com a imagem da mulher-boneca, advinda de ícones como Marilyn Monroe, pensando a beleza da mulher.

 

Outros eventos marcantes, como a globalização nos anos 1990, também mudaram hábitos e costumes, até pelo uso intenso de computadores. A moda andou ao lado do e-commerce e de marketplaces, tendo relações digitais com usuários e aumentando a compra em marcas como Dolce & Gabbana, GAP, Sephora e Tiffany, bastando um simples clique para efetuar aquisições.

 

“Talvez essa seja a grande pedida após a crise sanitária da Covid-19: na praticidade de casa, há o consumo”, diz. “As redes sociais, que são canais de empreendedorismo, se intensificam ao longo dos anos e ocupam hoje uma grande absorção das vendas dos produtos, seja venda de cosméticos, roupas ou calçados”, analisa.

 

Para finalizar, a professora ainda pontua que o distanciamento social provocado pela Covid-19 não determinou vaidades e que looks domésticos ganharam destaque, como os pijamas, sandálias rasteiras e pouca maquiagem. “Logo, a crise sanitária marcada pelo uso de acessórios e pela preocupação demasiada pela proteção, com o uso de máscaras, luvas e viseiras, são o grande pensamento da moda pós-pandemia também”, finaliza.

 

Sobre o Unipê – Fundado em 1971, o Centro Universitário de João Pessoa – Unipê possui conceito 5 pelo MEC, conforme avaliação in loco de recredenciamento presencial e credenciamento EAD, sendo a única instituição privada do estado a conquistar este feito, solidificando-se entre as melhores do país.

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